Mostrar mensagens com a etiqueta LOST IN TRANSLATION - O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta LOST IN TRANSLATION - O AMOR É UM LUGAR ESTRANHO. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lost in Translation - O Amor é um Lugar Estranho




[Scarlett Johansson em «Lost in Translation - O Amor é um Lugar Estranho»]
 
 
 
 



 
«Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho» é um filme de amor. Sim, de amizade e ternura também, claro, mas é sobretudo o amor o sentimento que mais transparece do filme de Sofia Coppola. No entanto, há uma tristeza infinita nesse amor, uma melancolia que permite que o nosso fascínio pelo filme aumente a cada minuto que passa e cresça ainda em nós já depois do final da fita. Talvez porque aquele amor não se tenha concretizado, talvez porque dele saibamos apenas que nada mais restará para além da saudade, das memórias de uma semana marcante passada na cidade de Tóquio. Talvez ainda porque aquele era um amor só possível nas circunstâncias com que a extrema sensibilidade de Sofia Coppola no-lo apresentou. Não, o sentimento nascido entre Bob e Charlotte não permitia que as duas personagens recomeçassem as suas vidas com ele. As vidas de ambos só poderiam continuar depois de, isto é, para além daqueles momentos fugazes mas intensos. E daí a sensação de nostalgia e dor com que ficamos quando Bob segreda ternamente a Charlotte algo que não nos é permitido ouvir. E Charlotte chora. Nesse momento, estamos a olhar aquele par no presente mas sabemos que é já o passado que vislumbramos. Charlotte chora então de saudade. Para aqueles dois não havia futuro em conjunto e é através do conhecimento dessa realidade que sentimos um maior magnetismo pelo filme. Porquê? É impossível sabê-lo. Simplesmente porque continua a ser uma das tarefas mais delicadas a de tentar perceber a alma humana.