terça-feira, 29 de novembro de 2011

A dança dos corpos




O Sol ainda brilha por entre os estores gastos pelo ir e devir de uma vida de altos e baixos. Mas na sala há uma luz forte acesa sobre ambos. Ele está uma pilha de nervos como se fosse a sua primeira vez. Deitado de barriga para cima espera impacientemente por ela e quando ela chega junto dele toca-lhe ao de leve nos lábios. O homem entreabre a boca, não contém o impulso que leva a que as suas pernas rocem as dela, Junto à cintura, já perto da barriga. A mulher move-se um pouco, procura uma posição melhor, mais confortável. Mantém-se nas mesmas posições por momentos com leves oscilações dos corpos. De repente ela quase grita, ouve-se um bramido de júbilo e ele olha-a aliviado. Nas mãos da dentista pode então observar-se já muito cariado o segundo pré-molar superior que ela acabara de extrair ao homem.

Sem comentários: