[O resplandecente meio sorriso da modelo fotográfico Iga A. ]
Há perguntas que desarmam as pessoas com uma acidez tal que as evitamos fazer em sociedade a não ser por mera brincadeira. Por exemplo, experimentem ir tomar café com alguém e no meio do nada perguntar a essa pessoa se é feliz. Arriscaria dizer que a outra pessoa não iria achar muita piada à questão ou tentaria fintá-la da melhor maneira. E por que é que isto acontece? Porque a nossa sociedade nos impõe a felicidade não somente como prova de sucesso mas como se essa fosse a palavra passe para fazermos parte dela. Assim, quase que somos obrigados a demonstrar felicidade mesmo que a não sintamos neste ou naquele momento particulares.
Falando por mim, admito que me sinto especialmente seduzido por um meio sorriso de mulher, por um olhar enigmático, por uma expressão melancólica. E continuo a achar que alguma timidez ou mesmo complexidade de personalidade são na maior parte das vezes sintomas de um estado de espírito, de uma forma de estar bem interessantes e que não resultam nada do facto dessas pessoas andarem de algum modo com a cabeça toda fodida, se é que o meu calão é suficientemente esclarecedor.
Com tudo isto, quero deixar claro que não tenho nada contra quem se sente em baixo e vai ao psiquiatra para que este lhe receite a medicação que lhe vai permitir comprar um pouco de felicidade para se sentir melhor. Pelo contrário, quero apenas dizer às pessoas de meios sorrisos e de olhar meio perdido que algures por aí está o outro meio sorriso que as completa, que tarde ou cedo o seu olhar vai encontrar-se na cumplicidade de outro olhar. E sim, puta que pariu [pardon my french], é essa a felicidade que realmente importa.
3 comentários:
Obrigado por me lembrares. O outro meio sorriso anda por aqui e por aí!
Gostei deste texto.
Na fotografia não estava reconhecer a Iga :)
beijinho
Gábi
É natural que a não tenhas reconhecido, Gábi. Há uns dias atrás pintou o cabelo de louro. :)
Beijinho.
Enviar um comentário