segunda-feira, 7 de março de 2011

Amores maiores que a vida: Modigliani e Jeanne

[Female Nude, 1916]





 Amar-te-ei assim, perdidamente...

Errante, exagerado, apaixonado, Amedeo Modigliani nasceu em 1888 e viveria apenas 35 anos. Italiano de nascimento, natural da cidade de Livorno, a sua pintura levá-lo-ia até Paris onde conheceu Jeanne, uma jovem – de 18 anos – estudante de arte. Jeanne seria o grande amor da vida de Modigliani, mas este, insatisfeito por natureza, capaz apenas da felicidade circunstancial, saltaria de cama em cama e de mulher em mulher deixando Jeanne [e o filho que nasceria do amor de ambos] entregue à sua própria fragilidade e a uma depressão que a consumia. Já perto da morte, o pintor expressionista voltaria para os braços de Jeanne morrendo pouco depois de tuberculose imerso no frio Inverno parisiense. E a jovem amante, que antecipara em desenho o seu próprio fim enquanto o homem da sua vida se esvaía em suores febris, grávida de nove meses acabou por ser recuperada para casa da família de onde, da janela de um 5º andar e de costas para a rua, se precipitou para a morte. Modigliani foi enterrado no cemitério de Père-Lachaise. Jeanne foi-o num outro cemitério perdido algures na cidade das luzes e somente nove anos depois se juntariam na campa de Père-Lachaise.

2 comentários:

redonda disse...

Há anos passou na televisão uma série sobre a vida dele e ler este texto recordou-me a série e como me pareceu imensamente triste a forma como morreram.

JL disse...

De forma tristíssima, mesmo. Nem a ficção de Camilo Castelo Branco descreveria um amor tão sofrido e fatal como o de Modigliani e Jeanne.