segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Clube de combate





«Com todo o mundo dividido em propriedades, com os limites de velocidade e as divisões por zonas, com tudo regulado e tributado, com todas as pessoas analisadas e recenseadas e rotuladas e registadas o mundo tornou-se aborrecido. Ninguém deixou muito espaço para a aventura, exceptuando, talvez, a do género que se pode comprar. Numa montanha-russa. Num cinema. No entanto, isso seria sempre uma excitação falsa. Sabes que os dinossauros não vão comer os miúdos. Os referendos recusaram com os seus votos qualquer hipótese de um desastre falso ainda maior. E porque não existe a possibilidade de um desastre verdadeiro, ficamos sem nenhuma hipótese de termos uma salvação verdadeira. Entusiasmo verdadeiro. Excitação a sério. Alegria. Descoberta. Invenção.»

Quem o diz não sou eu, é Chuck Palahniuk na sua obra «Asfixia». Mas concordo em absoluto. Quem dera que o homem não tivesse criado determinadas amarras para si mesmo não percebendo que ao fazê-lo se enfraquecia ainda mais no intuito de se proteger, que a liberdade fosse algo que não nos é retirado no preciso momento em que decidimos viver sob os parâmetros de uma sociedade recheada de condicionalismos e preconceitos onde os papéis assinados têm mais força que os vínculos emocionais, que não vivêssemos permanentemente no medo de falhar como se o erro não fizesse parte do processo de crescimento de cada um como ser humano acabando por tornar este num mundo de oportunidades onde a obrigação de escolher é quase sempre um sinónimo de perda sem retorno porque deixámos algo ou alguém para trás. Cada vez mais penso que está na altura de baralhar e dar de novo porque neste jogo da vida as regras ou estão viciadas ou não permitem o seu desenvolvimento.

Chuck Palahniuk é um escritor americano e foi autor da obra «Fight Club», levada ao cinema por David Fincher em 1999, com Brad Pitt e Edward Norton nos principais papéis. Palahniuk cumpre hoje 50 anos de idade.




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