segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Óscares 2011: O cair do pano




A festa
Baixou o pano sobre a cerimónia no Kodak Theatre e a sensação maior que paira na generalidade dos espectadores e cinéfilos de todo o mundo é a de que a montanha pariu um rato. Honestamente, espero que os chamados blogues cor-de-rosa tenham muito a escrever sobre os vestidos das convidadas porque no restante da festa o marasmo foi quase total. E este quase para não ser mesmo total tem somente a ver com as aparições de uma Scarlett Johansson sensual e sedutora, de Kirk Douglas a tentar fazer humor aos 94 anos, do sempre competente Billy Cristal que já apresentou a cerimónia dos Óscares por oito vezes e das vitórias de Natalie Portman, Colin Firth e Christian Bale nas categorias para que estavam nomeados.


Previsibilidade e conservadorismo
Não é novidade para quem quer que seja o conservadorismo da Academia de Hollywood e, pessoalmente, a prova disso mesmo está na aposta que fiz nos vencedores da noite. De facto, ter acertado sete em dez nomes e os falhados dizerem respeito ao Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Filme Estrangeiro [aqui, ainda só tinha visto o desgostoso «Biutiful» e foi nesse que apostei] só pode mesmo significar previsibilidade dos senhores que votam para os prémios e não qualquer capacidade especial minha para a adivinhação.


Os premiados
Assim, com os Óscares de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor e Melhor Argumento Original «O Discurso do Rei» foi o vencedor da noite. Também com quatro Óscares, todos eles técnicos, «A Origem» acabou por ver premiada uma pequena parte do excelente trabalho da sua equipa, enquanto «A Rede Social», de David Fincher, para além de Melhor Argumento adaptado levou mais duas estatuetas para casa, ambas também técnicas. De salientar apenas os dois Óscares de interpretação atribuídos a «The Fighter: Último Round», os de Melissa Leo, previsível mas questionável, e de Christian Bale, merecido pese a concorrência valorosa de Geoffrey Rush. No restante, dizer apenas que Tom Hooper [Melhor Realizador por «O Discurso do Rei»] ao olhar para os outros realizadores nomeados e para o trabalho que estes fizeram nos filmes que os levaram na noite de 27 ao Kodak Theatre, ainda hoje se deve estar a perguntar o que faz aquele troféu lá por casa e que, mesmo estando brilhante em «O Discurso do Rei», Colin Firth ainda o tinha estado mais na sua nomeação anterior por «Um Homem Singular». Já Natalie Portman teve o papel da sua vida, apesar da sua juventude, e Christian Bale voltou a provar que é um dos melhores da actual geração de actores norte-americanos encarnando visceralmente uma personagem que nem sequer é de ficção já que ainda vive algures em Lowell, Massachusetts.  


Dois baldes de água fria
E os Óscares de Lata vão para… James Franco e Anne Hathaway, os apresentadores. Sem carisma, sem chama e sem perfil para a função foram uma autêntica nulidade. Não é por acaso que apesar da sua presença na audiência, o fantasma de Hugh Jackman continua a pairar sobre o Kodak Theatre. Nos últimos anos, Wolverine, ou o australiano, foi o melhor entre os seus que a Academia nomeou para apresentar a sua própria festa. Mas que ninguém desanime, para o ano há mais.





[Natalie Portman em «Cisne Negro», o papel de uma vida]







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