domingo, 19 de dezembro de 2010

A aprendizagem

["Empress Wu", ilustração de George Barr]



 
Conheço-os a ambos. Ele é um homem de quase quarenta anos, aparência de rapaz e uma quase inacreditável ingenuidade. Ela é uma mulher um pouco mais jovem, e jovial, linda, sorridente, sedutora. Quando ela chega o homem-rapaz parece renascer da melancolia com que se dirige para a passadeira ou para o tapete dos abdominais. Ela fala-lhe sorridente, coloca-se a seu lado e deixa que ele continue a apaixonar-se por ela sabendo que nunca o irá amar ou sequer deixar que a relação entre ambos ultrapasse a zona das máquinas ou até o estúdio de Power Jump. Acredito que ela goste dele mas não do modo que ele desejaria. Às vezes passo pelos dois e dou por mim a desejar que ela não gostasse daquele homem bom como gosta já que acabará por fazê-lo sofrer. Mas os homens também saem reforçados nas derrotas. Mesmo naquelas que foram desde logo anunciadas.

 

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