sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quotidiano comum

[«O Quotidiano Incomum», foto de Lucie & Simon]





Semana estranha, esta. No Brasil, centenas de pessoas morreram devido à intempérie, na Austrália também o dilúvio causou estragos e destruiu vidas. Por cá, um presidente candidato a presidente cede à pressão e mostra uma faceta irada e pouco condizente com a postura que um cargo de tão alto nível necessita. Entretanto, um poeta esforça-se na prosa com que pretende influenciar o eleitorado e um humanista, médico, luta contra a debilidade de um sistema que se sobrepõe a si mesmo e poucas ou nenhumas oportunidades dá a quem não tenha seguido bem sentado na carreira da política. A abalar o país, no entanto, segue ao leme deste navio mediático o cruel assassinato de um jornalista que se fez à custa de mexericos e de achincalhar a vida alheia e do seu alegado assassino, um jovem modelo que parece ter-se rendido ao desejo de fama e fortuna fáceis aparentemente embrulhado na sua própria confusão quanto às suas orientações sexuais. Felizmente que temos Mourinho a acumular troféus numa demonstração de competência tal que até lhe permite ser quem é ainda que por vezes as suas atitudes choquem os mais sensíveis. Mas, sobretudo, é bom saber que existe vida para além daquela que nos chega de fora ainda que as notícias sejam apenas de dentro. E motivação maior não existe para nos dedicarmos a nós e aos que nos estão próximos já que os outros, os tais, os de sempre, já o eram mas estão agora cada vez mais desinteressantes.


1 comentário:

Carlota Pires Dacosta disse...

Um quotidiano em nada comum.
Haja ainda quem nos surpreenda, e pela positiva.
Beijo