segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Trechos da minha vida militar – Capítulo Quarto









Acabei o período de magala com suave distinção depois de muito pintar a manta. Começáramos vinte e três em todo o pelotão mas acabámos apenas cerca de vinte e dois. Cerca de vinte e dois porque um de nós terminou incompleto já que perdera um pé num arreliador incidente com uma Berliet, esperando ainda no hospital o regresso a casa. E um outro, madeirense, conseguira ser deportado para a terra mais do Alberto João que dele.



Tive pena quando aquilo acabou. Quando um tipo começa a habituar-se às coisas agradáveis elas acabam de imediato. Ainda estive para dizer das boas ao comandante do pelotão mas achei que o sacana não iria compreender. Era um daqueles tipos com cabeça de martelo, diz-se, e nostalgia da guerra de África onde nunca tinha posto os pés. Lia muito bem, precisava apenas de aprender a compreender o que lia. Bradou-me um louvor à despedida que aproveitei prontamente para trocar por uma barra de chocolate na estação de Stª Apolónia.










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