terça-feira, 9 de novembro de 2010

Tributo



Era um intelectual de fazer inveja, mas quem o visse de boné a tapar a calvície e jornal invariavelmente no bolso do casaco a subir a Avenida da Liberdade em direcção à Lusomundo ou uma qualquer outra avenida para mais um visionamento de imprensa dos quais era um dos mais assíduos, diria que era apenas mais um anónimo como tantos outros a deambular pela cidade. Enquanto esperava pelo início das projecções, falava acaloradamente de cinema de igual forma com novos e velhos, mais ou menos reputados. Idolatrava John Ford , era o mais antigo programador da cinemateca e integrava o quadro de críticos de cinema do «Expresso». Vai hoje a enterrar, mas o seu exemplo perdurará e os seus escritos e pensamentos sobre cinema não deixarão que alguma vez abandone o mundo dos vivos. Obrigado, Manuel Cintra Ferreira, até sempre.


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