quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Autor maldito

[Kate Winslet e Geofrey Rush numa das cenas de um filme sobre o polémico Marquês de Sade]



Doantien Sade, que ficou conhecido para o mundo como o Marquês de Sade, viveu em França nos finais do século dezoito e inícios do século dezanove. Tendo levado uma vida dedicada à luxúria, Sade, aristocrata e libertino, foi desde sempre um autor maldito. Isto, talvez porque os homens em vez de procurarem compreender o que não entendem preferem imediatamente acusar e condenar, embora, sejamos justos, neste caso se entendam sem dificuldade as razões para tanta aversão. Apesar disso, e das suas práticas, Doantien Sade era um homem de convicções e ideias claras e podia mesmo fazer minhas algumas das palavras que deixou para a posteridade. Sem comentários adjacentes, destaco dois desses pensamentos que se podem ajustar ao conceito com que vou edificando este blogue. Dizia o célebre autor francês que ‘antes de ser um homem da sociedade sou-o da natureza’ e ‘dirijo-me às pessoas capazes de me entenderem, essas podem ler-me sem perigo’.

Mas um dos ideais que provavelmente mais contribuíram para a sua própria concepção de vida e que, se mais não houvesse, só por si justificaria todo o efeito negativo e mesmo pejorativo atribuído ao sadismo pode retirar-se da sua convicção de que ‘a primeira lei que a natureza lhe impôs foi a de gozar à custa de qualquer um’. Foda-se lá o gajo.


1 comentário:

Maria disse...

"primeira lei que a natureza lhe impôs foi a de gozar à custa de qualquer um"

Isto só me chocava se não fosse um traço recorrente de muitas personalidades :)