[«Storytime», ilustração de George Barr]
Nos contos de fadas não há lugar para surpresas desagradáveis e tudo acontece ordenadamente até ao também harmonioso final. De certo modo, se a nossa vida decorresse como nas histórias de infância teríamos a felicidade garantida. Mas como a perfeição não existe, essa seria uma felicidade cozinhada em lume brando onde não há lugar para a ansiedade pelo tempo que se espera, para o desaire ou para a conquista, para o ardor, para a paixão. Assim sendo, deixemos as fadas no seu mundo e aceitemos as vibrações que a vida nos transmite mesmo que por vezes tenhamos que rebobinar as nossas emoções e obrigar-nos a que tudo volte ao seu início.
3 comentários:
Bem em princípio será assim, mas há contos de fadas que acabam mesmo mal como a versão originária da capuchinho vermelho em que o lobo comia a avózinha e a capuchinho e nenhuma das duas regressava depois.
Na contracapa da versão que li de O meu pé de laranja Lima, falava-se de um princípe Ludwig que se lamentava por contarem contos de fadas às criancinhas. A sua tragédia era ter-se perdido nesses contos e rejeitar a realidade. A do Zézé do livro era ter tido de enfrentar a realidade demasiado cedo.
E depois haverá ainda o complexo de Peter Pan de que sofrem todos aqueles que não querem crescer...
Contos de fadas versus realidade suscita sem dúvida muitas questões.
O teu comentário dava um 'post', Gábi. Obrigado, beijinho.
Gostei:)
http://chaodecenario.blogspot.com/
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