quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A dor de sentir




 [Suicídio, de Edouard Manet - 1877]





Do livro «Gente Feliz com Lágrimas» [1988], de João de Melo, salta-me à vista este pequeno excerto. “Nos olhos dela, perdura ainda uma solidão compassiva e extenuada, dessas que a vida não consegue explicar. O hábito de ser triste culpabiliza nela a própria ideia de felicidade. Tal como nós, não sabe ser feliz sem lágrimas, nem rir sem o remorso da alegria, e isso vê-se-lhe nos olhos.”

Sorrio. Lembro-me de Camilo Castelo Branco, de si próprio e do seu «Amor de Perdição» [1862], de Van Gogh, do Shakespeare de «Romeu e Julieta» [1595], de Virginia Woolf, de Ernest Hemingway, Kurt Cobain e tantos, tantos outros e detenho-me apenas a tentar interpretar um sentimento voraz que de tão intenso se transforma em apetite que somente o trágico sabor da vida pode saciar.

5 comentários:

Maria disse...

Porra! É isto! É isto mesmo!

Maria disse...

Andas sempre a saltar :)

JL disse...

Tens razão, Maria, sou um saltador. Ou um simples saltitão. :) Mas um dia hei-de parar. É que, tal como diz a canção 'My Generation', dos The Who, «espero morrer antes de envelhecer».

Beijinhos.

Maria disse...

Eu quero envelhecer...e poder lembrar-me de todos os pedacinhos de vida...Ah e o convite da rede social uma vez aceite o que te traz de novo sobre mim? Nada.

beijinho saltador saltitão saltarico...

JL disse...

Eu não quero envelhecer. Já hoje me custa olhar para as minhas fotografias que, desgraçadamente, se parecem horrivelmente comigo. :) Quanto à tal rede social, ganha-se sempre algo. Senti-nos mais próximos. :) Pior é que há por lá umas fotos minhas que me desmascaram totalmente. :)

Beijinho.