segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Siddharta, o indiano












Para quem leu o livro, sabe que «Siddhartha» - obra fundamental da literatura de sempre, de Hermann Hesse - é a história de uma procura. De uma procura que alguém leva a cabo e onde o elemento mais importante não é o ponto de chegada mas sim o percurso realizado para lá chegar. Siddhartha é um jovem indiano bem-nascido mas totalmente insatisfeito com a vida que tem. Resolve então partir à aventura na tentativa de encontrar aquilo que o pode completar. Embora, à partida, não lograsse perceber o que procurava. Nessa busca, de anos, experimentou de tudo. Entregou-se à luxúria, ao jogo, tornou-se asceta e interagiu com as mais variadas personagens conhecendo os múltiplos aspectos da vida.



Ou seja, um homem que tinha tudo percebeu que sem passar por privações, sem conhecer o desânimo ou o sabor amargo da derrota, sem ter a necessidade de se reinventar para ultrapassar obstáculos conhecendo a dor e o sofrimento jamais conseguiria identificar a felicidade e lidar com ela caso existisse como um todo. E é um facto que sempre que me acontece algo de menos bom e que de algum modo me provoque sofrimento procuro recordar-me de Siddhartha. Isto para não esquecer que felicidade e tristeza se completam. E que mesmo parecendo um paradoxo, a felicidade e a tristeza atribuem à vida aquele espantoso equilíbrio que todos buscamos no dia-a-dia. Apesar disso, confesso-vos que em momentos menos bons não fosse o enorme respeito que nutro pelos livros e já teria rasgado «Siddhartha» de Hesse. Que se ponha de pé quem não se importa de sofrer para melhor saborear a felicidade.



2 comentários:

redonda disse...

Ainda não li o livro (embora esteja na minha lista e já tenha lido as 1ªa páginas) e parece-me muito acertada a observação final :)

Rubi disse...

Amo este livro, tao simples, tao puro, tao norteador...