domingo, 31 de outubro de 2010

Anthony Perkins, 1932 - 1992



 [Anthony Perkins]



Anthony Perkins corporizou inúmeras personagens no cinema, mas o seu nome confundir-se-á para sempre com o do atormentado Norman Bates, no filme “Psycho”, de Alfred Hitchcock.
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Nascido em NY, a sua infância ficaria marcada pela morte do pai, o também actor Osgood Perkins, quando tinha somente 5 anos de idade. Antes de rumar a Hollywood e se iniciar no cinema, em 1953, pela mão de George Cukor no filme “The Actress”, Perkins estudou no Rollins College. Voltaria depois à sua cidade natal onde se afirmaria como um talentoso actor da Broadway para, em 1956, de regresso a Hollywood, filmar sob as ordens de William Wyler o ‘western’ “Friendly Persuasion” que lhe valeria a sua única nomeação para um Oscar. Depois de contracenar com actrizes e actores como Ava Gardner, Audrey Hepburn e Gregory Peck, e trabalhar com realizadores da nomeada de Stanley Kramer e Anthony Mann, a sua hora chegaria em 1960, quando Hitchcock o achou perfeito para o papel de Norman Bates, em “Psycho”, o clássico do cinema de terror psicológico. Seria o papel da sua vida e, pese embora o seu meritório esforço em futuros trabalhos, Perkins jamais lograria libertar-se do estigma de Norman Bates.



Na verdade, ao longo da sua vasta carreira também repartida pela TV e pelo teatro, o actor teria o ensejo de trabalhar com os melhores realizadores de então. Para além dos já citados, refira-se os nomes de John Huston, Minnelli, Chabrol, Elia Kazan, Welles e Lumet. Destaque, aliás, para a sua excelente interpretação de Joseph K., na obra “O Processo”, dirigida por Orson Welles e baseada no clássico literário da autoria de Franz Kafka. Em 1983, dirigido por Richard Franklin, voltaria a vestir a pele de Bates numa sequela de “Psycho”. Repetiria a experiência em 1986, em “Psycho III”, fita em que se sentaria igualmente na cadeira da realização. Realizaria ainda uma outra obra menor, “Lucky Stiff” (1988), quando anos antes, como que a provar a sua polivalência, co-escrevera o argumento do interessante “The Last of Sheila” (1973).



Parecendo ter vivido sempre numa inquietação paralela à da personagem que o catapultaria para a fama, o actor casaria em 1973 com a fotógrafa de moda Berry Berenson, de quem teve dois filhos – Oz e Elvis, mas nunca se livraria de rumores sobre uma alegada homossexualidade. Morreu em 1992, soçobrando a problemas respiratórios derivados de uma pneumonia. Curiosamente, a sua viúva faleceria um dia antes de se completarem 9 anos sobre a sua morte, vítima dos atentados ao WTC de Nova Iorque.

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