domingo, 31 de outubro de 2010

A Paixão do Cinema



Os beijos do cinema em «Cinema Paradiso», de Giuseppe Tornatore.
Aqui. E Também aqui.

CINEMA PARAÍSO



Realizada em 1988 por Giuseppe Tornatore, esta obra foi merecedora do Prémio da Crítica em Cannes no ano de 1989 e do Óscar para Melhor Filme Estrangeiro, em 1990; verdadeira homenagem ao cinema e a todos quantos vivem de modo especial a sua magia, o filme é ainda um hino à vida e à amizade.



Quando o realizador Salvatore (Jaques Perrin) recebe em Roma a notícia da morte de Alfredo (Philippe Noiret), o velho projeccionista que o ensinou a amar o cinema, vai recordar a sua infância numa pequena cidade da Sicília. Vivida numa época do pós-guerra marcada pela fome e pela pobreza, era o cinema quem transmitia a ilusão da vida aos locais. Poético e nostálgico porque segue as memórias mais profundas de alguém, pelo filme e através da tela do velho e depois renovado Cinema Paraíso passam vultos do cinema de sempre como Renoir, John Wayne, Chaplin e, entre muitas outras, obras como “O Médico e o Monstro” (1941), de Victor Fleming, e “A Terra Treme”(1948), de Luchino Visconti. Também as questões políticas, sociais e o impacto da guerra no povo italiano não são esquecidos pela afectuosa realização de Tornatore.



Uma cena absolutamente inolvidável depara-se ao espectador já próximo do final da fita. É quando Salvatore, numa sala de projecção em Roma e chegado recentemente do funeral do seu grande amigo de infância, observa emocionado o que Alfredo lhe prometera dar muitos anos antes: as cenas que cortara da película original dos filmes obrigado pela censura de então. Nessa sequência forte emocionalmente, arrasadora, brilhante, encontram-se alguns dos mais famosos beijos do cinema. E se “Cinema Paraíso” não é o melhor filme do mundo é certamente um dos mais belos e tocantes de sempre. Obrigatório, indispensável, fundamental.





[nota: este texto escrevi-o em tempos para a extinta revista Primeiras Imagens]

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