domingo, 31 de outubro de 2010

O Filme






























De Olhos Bem FechadosQuem me conhece sabe bem que não tenho um filme da minha vida. Seria demasiado redutor e impróprio simplificar a nossa imensa paixão por tão belíssima e inspiradora arte num só filme. Contudo, há aqueles filmes que nos marcam para sempre por muitos mais que possamos vir ainda a assistir. São filmes únicos cuja essência toca os nossos mais recônditos sentimentos e nos impulsionam os sentidos para o êxtase.



«De Olhos Bem Fechados» é um desses filmes. Derradeira obra do mestre das imagens em movimento, ainda para mais aproveitando a música como ninguém para as suas realizações, Stanley Kubrick refugiou-se nos problemas de um jovem casal e fez com que os fantasmas que os assombravam desfilassem perante nós num cenário de fortíssima intensidade psicológica.



Kubrick, que muitos que com ele conviviam por obrigação profissional testemunhavam ser um homem de trato difícil e cujos filmes o absorviam de tal modo que lhe restava muito pouco tempo para tratar de si até nas necessidades mais básicas, era no entanto um perfeccionista como realizador de cinema, um verdadeiro psicólogo das imagens. E em «De Olhos Bem Fechados», Tom Cruise e Nicole Kidman, à época marido e mulher também na vida real, protagonizaram uma história moderna onde as fragilidades da natureza humana se cruzaram com imagens de mulheres lindíssimas em coreografias irrepreensíveis levando a cabo, por exemplo, uma orgia que se confundia amiúde com a grandeza de uma ópera épica ou a singularidade de uma pintura excepcional.



É, no mínimo, um filme obrigatório. E que pertence ao imaginário cinéfilo de muitos de nós.



DE OLHOS BEM FECHADOS, de Stanley Kubrick, com Tom Cruise e Nicole Kidman

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