domingo, 31 de outubro de 2010

O Porto desde Gaia



[Docas do Porto,2002 - Armando Aguiar]










Um dia disse a um sueco meu conhecido e colega de trabalho anos atrás que o melhor sítio para perceber a beleza do Porto se encontra descendo até ao cais de Vila Nova de Gaia e avistar a cidade desde ali, desde a margem esquerda do rio. Ele sorriu e não me respondeu talvez descrente naquilo que lhe dizia. Hoje reafirmo esta minha convicção. Desde o cais de Gaia, sim, mas também desde o quarto no décimo nono andar do hotel onde me encontro hospedado. Olho a cidade em anfiteatro sobre as águas prestes a beijar o mar - águas que trazem da Régua e outros lugares do alto Douro o aroma das uvas que tornaram mítico o vinho com o nome da cidade, perscruto os edifícios de granito sobranceiros ao Douro, o moderno em contraste com o antigo, constato a imponência das diversas pontes que unem as cidades. E até o céu azul, aqui e ali pintalgado de cinzento por uma e outra nuvem, ajuda a conceder ao Porto uma visão poética da vida. Através da sua arquitectura mas também das gentes que o habitam e percorrem. Sim, porque o Porto é genuíno, é puro. E é imperfeito, claro.

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