domingo, 31 de outubro de 2010

A Metamorfose

«A Metamorfose», de Franz Kafka, é sabido, é uma obra essencial. Li o livro há alguns anos atrás numa altura – jovem estudante – em que via o simbolismo da tragédia de Gregor Samsa numa dimensão meramente literária e puramente filosófica da vida. Era o tempo do sonho, da idealização dos projectos, da sensação de que aquilo que desejamos depende apenas de nós e da nossa capacidade de realização. Hoje, mais do que compreender Gregor Samsa percebo Franz Kafka. E aquele conjunto de conceitos metafísicos tornou-se algo de uma possibilidade tremendamente real a cada novo desafio do quotidiano. Converteu-se, por assim dizer, num obstáculo permanente e de risco elevado para se conseguir ultrapassar. E quem nunca se sentiu como no pesadelo superiormente engendrado por Kafka que se coloque de pé.


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