domingo, 31 de outubro de 2010

Como de Beijos em Cinema se Fez Prova de Uma Amizade Maior que a Vida



«Cinema Paraíso», realizado em 1988 por Giuseppe Tornatore, é um dos mais belos e tocantes filmes da história do cinema que, por sua vez, homenageia o próprio cinema e a sua inigualável magia. O filme conta a história da amizade entre o pequeno Salvatore e o velho projeccionista Alfredo. Já próximo do final do filme, muitos anos depois do convívio entre o homem bom e a criança sonhadora, os beijos tomam lugar no ecrã e a nostalgia das memórias de alguém toca-nos de uma forma emocionalmente esmagadora.



Salvatore recebe a notícia da morte de Alfredo e um pequeno legado que este lhe reservara. Regressado do funeral do amigo, sentado numa sala de projecção em Roma, o agora realizador de cinema observa emocionado o que Alfredo lhe prometera dar muitos anos antes: as cenas que cortara da película original dos filmes obrigado pela censura que ao tempo vigorava em Itália. Pela tela desfilam muitos dos beijos que fizeram a história do cinema. E Salvatore sofre de saudade, contorce-se na cadeira da sala onde se vai afundando cada vez mais num choro compulsivo a que o obrigam a amizade profunda por um homem agora desaparecido e o amor que ambos nutriam pelo cinema.



Simplesmente extraordinário pela força das emoções. Arrasador.





CINEMA PARAÍSO, de Giuseppe Tornatore, com Jaques Perrin e Phillipe Noiret

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