QUANDO OS BRINQUEDOS NOS ENSINAM OS VALORES DA AMIZADE E LEALDADE
A imagem que retenho de «Toy Story 1», é a de um astronauta mergulhado em profunda depressão quando apreende a ingrata realidade da sua condição de...brinquedo! Não voa, não rompe o espaço, é incapaz de prodígios e, pior que isso, humilhação total, necessita de pilhas para se movimentar. Provavelmente apenas as de 9 volts lhe servirão. E é o seu ainda recente rival, qual Rei preferido do Deus dos brinquedos, ameaçado no seu trono, que lhe estende a mão, o salva da paralisia da tristeza. Nascia então a Amizade. Em «Toy Story 2», essa amizade mantém-se inquebrantável. Com um novo dado: o valor acrescentado da Lealdade...Os brinquedos provam aos seus criadores que, na defesa de um amigo, de um semelhante, vale a pena desafiar a sorte, correr riscos. Riscos temíveis como uma feira de brinquedos usados, uma caixa de doações ou, o mais assustador dos destinos, um aterrador, desconfortável e indesejado caixote do lixo.
Destaque para as cenas de exteriores, intensíssimas, e filmadas inteiramente sem recurso ao trabalho de duplos numa corajosa opção dos brinquedos actores. No decorrer do filme, empolgamo-nos com o desenrolar da aventura. Nas lutas há coragem e lealdade, no romance há sedução, carinho e renúncia. E rimos... Rimos muito com as peripécias dos amigos brinquedos!...
É difícil classificar este filme. Fico-me apenas pelo desempenho dos actores que é notável. O protagonista "cowboy" demonstra uma capacidade dramática notável, o seu amigo astronauta mostra-se perfeito o que, juntamente com a segurança dos restantes colegas, revela um excelente trabalho de “casting”. Importante ressalva é a de que os brinquedos cumprem neste filme uma das missões para o qual foram criados: ajudar os adultos na formação das crianças, levemente e enquanto ambos se divertem.
Filme pois para crianças, com um forte piscar de olho a todos nós.
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